"Amadas, amantes"...
De acordo com as estatísticas da tal revista, há mulheres que procuram com relativa freqüência relacionamentos nos quais elas estão incapacitadas de vivenciá-los integralmente, seja como esposa, companheira ou namorada oficial, preferindo assim este tipo de envolvimento, onde os encontros são momentos de paixão e até mesmo de amizade, mas se restringem ao secreto, ao proibido. Poucas mulheres sabem desempenhar o papel de amantes vivenciando o relacionamento em tudo que ele tem de melhor: nada de afazeres domésticos, nem marido chato reclamando dos gastos, do chefe, dos vizinhos, da sogra, enfim, o básico da rotina da maioria dos casais e até aí tudo legal, é só prazer e alegria!
O lance se torna incômodo nos momentos festivos, onde a família tem prioridade e é aqui que toda a coisa passa por um filtro na cabeça dos envolvidos: vale a pena? Será que toda amante tem prazer alternativo com os amigos e familiares, sabendo que naquele momento o amado está cumprindo as regras conjugais e familiares?
Ser a outra exige, no mínimo, o famoso "sangue de barata" e muita autoconfiança, ao meu ver. Talvez a mulher européia seja menos arraigada a valores morais e sociais do que as latinas, mas tudo pode ser relativo.
Tive uma amiga que teve um caso com o chefe, entrou para valer na estória e falava horrores da mulher dele. A esposa traída era a bruxa, para citar um dos adjetivos menos desagradáveis, quando o cara não tinha mais tempo ainda pra passar com ela... O romance deles durou quase uma década, mas o casamento sobreviveu a tudo isto e inclusive a uma outra amante que apareceu depois dela...
Também já sofri por saber que meu ex-companheiro teve uma amante, ou mais de uma, é um chute na auto-estima da gente, mas olhando por outro lado, não tenho nada contra esta figura, contra este papel, desculpem o lugar comum, mas cada qual com a sua consciência.
Eu pessoalmente não teria nervos para ser a outra... Confesso que já fui tentada algumas vezes e embora já tenha visto muitas “filiais” se tornarem “matrizes”, eu não saberia encarar o romance no anonimato por conta da existência de uma outra pessoa, meu ego não suportaria.
Entretanto, apesar desta minha incapacidade, tento não condenar ninguém que se adeque a tal situação. Encontrar o tal príncipe, sempre significará sorte de algumas e azar para outras, o que me faz lembrar uma frase genial, de autoria desconhecida, lida em algum lugar na internet, que me arrancou gargalhadas verdadeiramente terapêuticas: "O amor é como capim, você planta, ele cresce, ai vem uma vaca e come tudo". Ou seja, para concluir: em todas nós mulheres existem, no que tange a esta situação, dois perfis: a tal triste jardineira e a feliz vaca. Portanto, divirtam- enquanto possível, queridas, porque no amor e na guerra parece mesmo que vale tudo...
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