Entrevista com Nobit, da banda Riovolt
BnA: Nobit, você morou dois anos no Rio de Janeiro. Como foi essa experiência em sua vida? Você teve problemas ou vantagens por ser um estrangeiro no Brasil?
Nobit: Bom, tinha de tudo: coisas muito boas e também muito desagradáveis. O lado bom era o povo, as pessoas de lá, que são incrivelmente abertas, generosas e bem humoradas, apesar de todas as dificuldades. À primeira vista, é uma vantagem ser "gringo" no Rio, porque você se destaca por ser diferente, por ter sotaque, todo mundo acha bonitinho, essas coisas. Mas na realidade, tem muita "panela" lá e o fato de ser "gringo" acaba atrapalhando um pouco, porque você fica um pouco por fora das coisas. Mas isso era mais no lado de produção pra TV, que eu também faço bastante. Com os amigos, os músicos e as bandas nunca tive problemas. No palco todo mundo queria "um gringo". (risos)
BnA: O que mudou 'musicalmente' depois que você morou no Brasil?
Nobit: Na verdade isso começou antes de morar no Brasil, porque eu já conhecia e gostava profundamente de música brasileira, de vários tipos e estilos. O legal foi ver artistas na TV, ótimos shows na praia, enfim, estar mais perto. Mas o meu amor pela música brasileira não mudou, porque isso já existia antes.
BnA: Você poderia nos contar mais um pouquinho dessa experiência? Você aprendeu português no Brasil?
Nobit: Eu já falava razoavelmente bem o português antes de me mudar pro Rio. Aprendi muito viajando para o Brasil e também tocando com músicos brasileiros aqui na Alemanha. Você acaba aprendendo um pouco, convivendo em turnês com essa galera. Mas eu nunca fiz curso de português. Aprendi com o dicionário mesmo. (risos)
BnA: Como surgiu a idéia do Riovolt?
No Rio eu tinha um estúdio de música e no meu tempo livre comecei a compor e produzir algumas músicas, que se tornaram as primeiras faixas do primeiro CD do Riovolt, "Digital Audio Bossa". O bom era que eu tava bastante livre pra fazer o que eu queria, porque eu não fazia música brasileira, propriamente dita e nem estava na Europa, seguindo algum estilo de música eletrônica daqui. Então era uma coisa bem única, do meu jeito, sem nenhuma intervenção. Não era 100% música brasileira e nem 100% música eletrônica européia. Eu fazia simplesmente a minha mistura pessoal.
BnA: O primeiro Cd "Digital Audio Bossa" e o segundo "Sambarama" foram campeões de vendas no Japão e fazem grande sucesso na Ásia, Europa e Estados Unidos. Como você reagiu a esse sucesso todo?
Nobit: Olha, também não é assim... que eu não possa mais andar na rua, né ? (risos) Mas claro que eu fiquei super feliz com esse sucesso, mais ainda que não foi nada fácil chegar até aí.
Nobit: Bom, tinha de tudo: coisas muito boas e também muito desagradáveis. O lado bom era o povo, as pessoas de lá, que são incrivelmente abertas, generosas e bem humoradas, apesar de todas as dificuldades. À primeira vista, é uma vantagem ser "gringo" no Rio, porque você se destaca por ser diferente, por ter sotaque, todo mundo acha bonitinho, essas coisas. Mas na realidade, tem muita "panela" lá e o fato de ser "gringo" acaba atrapalhando um pouco, porque você fica um pouco por fora das coisas. Mas isso era mais no lado de produção pra TV, que eu também faço bastante. Com os amigos, os músicos e as bandas nunca tive problemas. No palco todo mundo queria "um gringo". (risos)
BnA: O que mudou 'musicalmente' depois que você morou no Brasil?
Nobit: Na verdade isso começou antes de morar no Brasil, porque eu já conhecia e gostava profundamente de música brasileira, de vários tipos e estilos. O legal foi ver artistas na TV, ótimos shows na praia, enfim, estar mais perto. Mas o meu amor pela música brasileira não mudou, porque isso já existia antes.
BnA: Você poderia nos contar mais um pouquinho dessa experiência? Você aprendeu português no Brasil?
Nobit: Eu já falava razoavelmente bem o português antes de me mudar pro Rio. Aprendi muito viajando para o Brasil e também tocando com músicos brasileiros aqui na Alemanha. Você acaba aprendendo um pouco, convivendo em turnês com essa galera. Mas eu nunca fiz curso de português. Aprendi com o dicionário mesmo. (risos)
BnA: Como surgiu a idéia do Riovolt?
No Rio eu tinha um estúdio de música e no meu tempo livre comecei a compor e produzir algumas músicas, que se tornaram as primeiras faixas do primeiro CD do Riovolt, "Digital Audio Bossa". O bom era que eu tava bastante livre pra fazer o que eu queria, porque eu não fazia música brasileira, propriamente dita e nem estava na Europa, seguindo algum estilo de música eletrônica daqui. Então era uma coisa bem única, do meu jeito, sem nenhuma intervenção. Não era 100% música brasileira e nem 100% música eletrônica européia. Eu fazia simplesmente a minha mistura pessoal.
BnA: O primeiro Cd "Digital Audio Bossa" e o segundo "Sambarama" foram campeões de vendas no Japão e fazem grande sucesso na Ásia, Europa e Estados Unidos. Como você reagiu a esse sucesso todo?
Nobit: Olha, também não é assim... que eu não possa mais andar na rua, né ? (risos) Mas claro que eu fiquei super feliz com esse sucesso, mais ainda que não foi nada fácil chegar até aí.
BnA: Você pretende levar o Riovolt para se apresentar no Brasil? Existem planos para lançamento dos álbuns também para o público brasileiro?
Olha, claro que eu adoraria, né? Mas tá difícil!!! Segundo a gravadora, está muito complicado conseguir uma distribuição que funcione, ainda mais pra esse tipo de música. A música eletrônica já é um pouco difícil pra vender no Brasil e mais ainda um som europeu como o Riovolt, porque eu acho a cena e as bandas brasileiras deste tipo de música bem diferentes das daqui. E levar uma banda toda daqui pro Brasil também está difícil. Maaaas, talveeeeez em um futuro próximo, pode ser que eu esteja no Rio e que por acaso eu e a Ju Cassou, que mora no Brasil, e mais uns músicos de lá nos juntemos para tocar em algum lugar... numa bela noite..... quem sabe...
Olha, claro que eu adoraria, né? Mas tá difícil!!! Segundo a gravadora, está muito complicado conseguir uma distribuição que funcione, ainda mais pra esse tipo de música. A música eletrônica já é um pouco difícil pra vender no Brasil e mais ainda um som europeu como o Riovolt, porque eu acho a cena e as bandas brasileiras deste tipo de música bem diferentes das daqui. E levar uma banda toda daqui pro Brasil também está difícil. Maaaas, talveeeeez em um futuro próximo, pode ser que eu esteja no Rio e que por acaso eu e a Ju Cassou, que mora no Brasil, e mais uns músicos de lá nos juntemos para tocar em algum lugar... numa bela noite..... quem sabe...
BnA: Quais são as suas músicas preferidas em "Sambarama" e por quê?
Nobit: Uma das músicas preferidas é "Starjive", pelo fato de que ela, desde a composição, fluiu facilmente. Tem músicas que são mais difíceis de produzir e outras, não. Eu acabo sempre gostando mais das mais fáceis. Musicalmente falando, eu gosto de todas as faixas desse álbum.
BnA: Grandes cantoras brasileiras, como Ju Cassou e Lilian Vieira do Zuco 103, estão em ambos os discos. Como vocês se conheceram e iniciaram esse trabalho?
Nobit: A Lilian, já conheço há muito, muito tempo... A gente já trabalhou junto em outras bandas e ficamos amigos. Como ela é uma pessoa muito gente boa e ao mesmo tempo uma cantora extraordinária, claro que eu queria ter a participação dela nos meus discos. A Ju, meio que caiu do céu quando eu tava no processo de montar a banda pra shows ao vivo do Riovolt. Ela tinha acabado de se mudar para Munique e através de um amigo, que é músico, me foi apresentada. A gente logo se deu super-bem e trabalhou bastante junto, no estúdio e ao vivo. Com certeza continuarei a trabalhar com elas, a Lilian e a Ju, no futuro.
BnA: Além de música brasileira, quais os estilos musicais que mais te influenciam?
Nobit: Na adolescência eu escutei muito jazz, funk e fusion, música instrumental, Frank Zappa, Hermeto Paschoal, etc, então a conseqüência lógica foi que eu comecei a gostar posteriormente de acid jazz e quando surgiu o drum ´n´bass, porque esses estilos são uma evolução dos estilos musicais que eu já ouvia na minha infância e adolescência, misturados com batidas eletrônicas.
BnA: Você pretende fazer uma turnê com o Riovolt em breve?
Nobit: A gente sempre tá fazendo shows na Alemanha. Agora mesmo estou indo à Ásia para tocar pela primeira vez com o Riovolt. Tocar ao vivo é cada vez mais difícil, porque os donos dos Clubs querem cada vez menos a música ao vivo, preferindo ter DJs. Mas eu continuarei sempre a tocando ao vivo, porque é a coisa mais bacana pra um músico.
BnA: Quais são, na sua opinião, as maiores dificuldades e facilidades que um brasileiro enfrenta no processo de adaptação na Alemanha?
Nobit: Como eu tenho muito contato com brasileiros aqui, eu poderia escrever um livro sobre isso. (risos) Na minha opinião as maiores dificuldades são: a lingua alemã, que eu acho ridículamente complicada e o clima, que é uma merda. E também deve ser difícil para os brasileiros entender que o que eles acham ser "frieza" dos alemães, na verdade é timidez e vergonha de se abrir. Os que conseguem entender e lidar bem com isso, se adaptam muito bem aqui, porque na verdade, a maioria dos alemães gostam do jeito aberto, espontâneo e engraçado dos brasileiros.
BnA: Você poderia mandar um recado especial para os BnA's, os membros do nosso site?
Nobit: Que bom que vocês estão aqui, pra dar mais cor e calor pra esse país, que às vezes parece ser bem chato! Muito amor pra vocês!
Nobit: Uma das músicas preferidas é "Starjive", pelo fato de que ela, desde a composição, fluiu facilmente. Tem músicas que são mais difíceis de produzir e outras, não. Eu acabo sempre gostando mais das mais fáceis. Musicalmente falando, eu gosto de todas as faixas desse álbum.
BnA: Grandes cantoras brasileiras, como Ju Cassou e Lilian Vieira do Zuco 103, estão em ambos os discos. Como vocês se conheceram e iniciaram esse trabalho?
Nobit: A Lilian, já conheço há muito, muito tempo... A gente já trabalhou junto em outras bandas e ficamos amigos. Como ela é uma pessoa muito gente boa e ao mesmo tempo uma cantora extraordinária, claro que eu queria ter a participação dela nos meus discos. A Ju, meio que caiu do céu quando eu tava no processo de montar a banda pra shows ao vivo do Riovolt. Ela tinha acabado de se mudar para Munique e através de um amigo, que é músico, me foi apresentada. A gente logo se deu super-bem e trabalhou bastante junto, no estúdio e ao vivo. Com certeza continuarei a trabalhar com elas, a Lilian e a Ju, no futuro.
BnA: Além de música brasileira, quais os estilos musicais que mais te influenciam?
Nobit: Na adolescência eu escutei muito jazz, funk e fusion, música instrumental, Frank Zappa, Hermeto Paschoal, etc, então a conseqüência lógica foi que eu comecei a gostar posteriormente de acid jazz e quando surgiu o drum ´n´bass, porque esses estilos são uma evolução dos estilos musicais que eu já ouvia na minha infância e adolescência, misturados com batidas eletrônicas.
BnA: Você pretende fazer uma turnê com o Riovolt em breve?
Nobit: A gente sempre tá fazendo shows na Alemanha. Agora mesmo estou indo à Ásia para tocar pela primeira vez com o Riovolt. Tocar ao vivo é cada vez mais difícil, porque os donos dos Clubs querem cada vez menos a música ao vivo, preferindo ter DJs. Mas eu continuarei sempre a tocando ao vivo, porque é a coisa mais bacana pra um músico.
BnA: Quais são, na sua opinião, as maiores dificuldades e facilidades que um brasileiro enfrenta no processo de adaptação na Alemanha?
Nobit: Como eu tenho muito contato com brasileiros aqui, eu poderia escrever um livro sobre isso. (risos) Na minha opinião as maiores dificuldades são: a lingua alemã, que eu acho ridículamente complicada e o clima, que é uma merda. E também deve ser difícil para os brasileiros entender que o que eles acham ser "frieza" dos alemães, na verdade é timidez e vergonha de se abrir. Os que conseguem entender e lidar bem com isso, se adaptam muito bem aqui, porque na verdade, a maioria dos alemães gostam do jeito aberto, espontâneo e engraçado dos brasileiros.
BnA: Você poderia mandar um recado especial para os BnA's, os membros do nosso site?
Nobit: Que bom que vocês estão aqui, pra dar mais cor e calor pra esse país, que às vezes parece ser bem chato! Muito amor pra vocês!
Mais sobre Riovolt:
Site oficial do Riovolt: http://www.riovolt.de
Riovolt no MySpace: http://www.myspace.com/riovolt
Irma Records: http://www.irmagroup.com
Riovolt no MySpace: http://www.myspace.com/riovolt
Irma Records: http://www.irmagroup.com
Entrevista: Sabrina Fidalgo e Lia A.
Fotos: Claus Pfeiffer
Fotos: Claus Pfeiffer
Agradecimento:
À Sabrina Fidalgo, por possibilitar o contato para esta entrevista e pelo envio dos CDs Sambarama para sorteio.
E agora??? Ficou curioso(a) para ouvir o Sambarama?
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Boa sorte!